Se me procuras no olhar de uma criança, no sorriso de um idoso, na inocência de um animal, na simplicidade da natureza, no gesto de doação, na benevolência do perdão, nas páginas de um livro, na letra de uma música, no roteiro de um filme, nas poesias, nos textos de escritores que admiro, nos meus estudos, nas minhas pesquisas, nos meus desabafos, nas mal traçadas linhas que insisto em escrever... é ai que me encontras e é o que encontrarás por aqui, pois me encontro no que acredito...
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever (Clarice Lispector)

domingo, 22 de maio de 2011

Um passeio no parque ou poder mágico de um cachecol?

Só um fibromiálgico sabe definir com prioridade a sensação de conviver com essa doença diariamente, e embora não seja reconhecida pela classe médica, como pode algo que acarreta tantas dores, fadiga, desconforto não ser diagnosticado como doença?
A falta de um exame clinico que ateste e comprove a fibromialgia como doença tem impossibilitado que os pacientes possam ser favorecido com questões básicas de saúde como: tratamentos dignos, medicações específicas, interesse da classe médica e a possibilidade de aposentadoria por se tratar de uma doença incapacitante.
E como se já não bastasse terem que enfrentar discriminação, julgamentos e descrença de amigos e familiares, muitas vezes o pouco caso de médicos, a sensação de estarem sós e a necessidade de se apegarem a qualquer fio de esperança, em busca de algo que amenize tanto sofrimento não só físico como psicológico. Há então quem, não sei se por maldade, por insensibilidade ou mesmo por ignorância que chegam ao absurdo de julgarem as dores e atitudes dos pacientes e até mesmo a sugerirem soluções estupefatas que não condizem em nada com o sofrimento, o que estaria eu buscando se em meus textos sugerisse aos pacientes com fibromialgia que levassem suas dores para passear, que brincassem com elas, que acreditassem no poder mágico de um cachecol, uma sessão de sexo, ou mesmo sugerisse que uma volta no parque mais próximo da cidade fosse à solução para todos os problemas.
Não sei se atitudes como essas são mesmo por maldade ou uma forma diferente de querer ajudar, mas só penso que o melhor mesmo é se por no lugar dos que sofrem, é tomar conhecimento da intensidade das dores que sentem, das recusas a programas que lhe davam prazer, das impossibilidades da prática de atividade e exercícios que gostavam, pois a dor não é visível, não tem cor, não tem aparência, nem escolhe vitimas, ela simplesmente existe e é traiçoeira, pois, não é detectável em exames.
Por isso se queres ajudar, a melhor forma é que apoie, entenda, defenda, mas não caçoem do problema ou procurem soluções extraordinárias, a cura ainda não existe e os pacientes estão cientes disso, e tudo que eles NÃO precisam é de pessoas que tripudiem em cima de suas dores, uma palavra e um ombro amigo não cura, mas ameniza a dor do coração.

Um comentário:

Iara disse...

Minha querida,você foi perfeita e maravilhosa com suas palavras.
Mil bjks

Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.
William Shakespeare