Se me procuras no olhar de uma criança, no sorriso de um idoso, na inocência de um animal, na simplicidade da natureza, no gesto de doação, na benevolência do perdão, nas páginas de um livro, na letra de uma música, no roteiro de um filme, nas poesias, nos textos de escritores que admiro, nos meus estudos, nas minhas pesquisas, nos meus desabafos, nas mal traçadas linhas que insisto em escrever... é ai que me encontras e é o que encontrarás por aqui, pois me encontro no que acredito...
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever (Clarice Lispector)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Autocondenação


O sono agitado, revira-se na cama e acorda de um sobressalto com a respiração ofegante, a testa molhada de suor, não só a testa como o lençol que a cobre, fora só mais um pesadelo, ela estava ali, no seu quarto escuro... Assim como escuro tornou-se o seu mundo, ela fechara-se nele, como em uma prisão perpetua, porque não uma solitária, onde o sol não alcança onde o ar é rarefeito e fétido.  
Por quantos dias esse pesadelos se repetiriam, onde tudo era  alegrias, partilhas, sorrisos, até que o céu escurece, uma onda de medo a assola, os amigos se foram, os sorrisos cessaram, tudo se repete, todos os momentos, todas as culpas, todos os pensamentos que conseguem condená-la, mas a sentença a libertou de todos os crime, não há nada que a condene. Sua consciência, sua maior juíza, ela sabe que não quis errar, ela saber que não foi premeditado, mas ela errou, julgou-se e condenou-se a mais temível pena, estar para sempre presa à culpa.
Não há volta, está decretada, morre em vida aquela que não pensou, que num impulso ousou, e suas palavras tornaram-se seus atos, e esses hábitos que moldarão seu caráter manchando para sempre o seu destino.

Nenhum comentário: