Se me procuras no olhar de uma criança, no sorriso de um idoso, na inocência de um animal, na simplicidade da natureza, no gesto de doação, na benevolência do perdão, nas páginas de um livro, na letra de uma música, no roteiro de um filme, nas poesias, nos textos de escritores que admiro, nos meus estudos, nas minhas pesquisas, nos meus desabafos, nas mal traçadas linhas que insisto em escrever... é ai que me encontras e é o que encontrarás por aqui, pois me encontro no que acredito...
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever (Clarice Lispector)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Fribromialgia e depressão, amigas de infância...

"A dor da alma, dói também no corpo."
A depressão é uma doença "do organismo como um todo", que compromete o físico, o humor e, em conseqüência, o pensamento. A Depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.
A Depressão é, portanto, uma doença afetiva ou do humor, não é simplesmente estar na "fossa" ou com "baixo astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço.
As pessoas com doença depressiva (estima-se que 17% das pessoas adultas sofram de uma doença depressiva em algum período da vida) não podem, simplesmente, melhorar por conta própria e através dos pensamentos positivos, conhecendo pessoas novas, viajando, passeando ou tirando férias. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos. O tratamento adequado, entretanto, pode ajudar a maioria das pessoas que sofrem de depressão.
A Depressão, de um modo geral, resulta numa inibição global da pessoa, afeta a parte psíquica, as funções mais nobres da mente humana, como a memória, o raciocínio, a criatividade, à vontade, o amor e o sexo, e também a parte física. Enfim, tudo parece ser difícil, problemático e cansativo para o deprimido.
A pessoa deprimida não tem ânimo para os prazeres e para quase nada na vida, de pouco adiantam os conselhos para que passeiem, para que encontrem pessoas diferentes, para que freqüentem grupos religiosos ou pratiquem atividade exóticas.
Os sentimentos depressivos vêm do interior da pessoa e não de fora dela e é por isso que as coisas do mundo, as quais normalmente são agradáveis para quem não está deprimido, parecem aborrecedoras e sem sentido para o deprimido.
Essa mesma depressão é fator comum em pacientes com fibromialgia, mas não deve ser visto como um sintoma da doença como tantos afirmam, a depressão é sim uma consequência da fibromialgia, mas acredito que se fosse um sintoma seria possível afirmar que toda pessoa depressiva sofre com a fibromialgia o que não é o caso, mas acho sim ser possível afirmar que todo fibromiálgico tem tendências depressivas e momentos de reclusão.
E não é de se estranhar que momentos depressivos aconteçam até mesmo  com os ditos sadios, quando sofrem qualquer abalo psicológico por um motivo ou outro, eles tem seus momentos depressivos, agora se coloque no lugar de um fibromiálgico e se imagine, impossibilitado de tantas coisas, de desempenhar atividades prazerosas, muitas vezes de um simples passeio ou brincadeira com os filhos, de exercerem suas profissões, de sair pra trabalhar e garantir o seu próprio sustento, de realizar atividades simples do dia a dia, ou se vejam muitas vezes impossibilitados até mesmo de levantar pela manhã depois de uma terrível noite de dor e insônia. O estado depressivo é consequência de todos esses fatores.
E como se não bastasse, tanta dor, sofrimento e limitações, a depressão é ainda mais agravante diante de fatos como humilhações públicas, seja em locais de trabalho por não conseguirem exercerem suas funções devidamente,  ou na busca por ajuda médica, e esses profissionais por muitas vezes desconhecerem a fibromialgia a tratam como invenção do paciente, procurando convencê-los ou mesmo fazê-los acreditarem nos mais diferentes motivos para tanta dor e sofrimento, e ainda precisamos levar em conta a discriminação de familiares e amigos, dos julgamentos errôneos e do preconceito que é fato presente e constante na vida de muitos pacientes.
Motivos científicos, estudos e estatísticas existem muitos, que tentam  buscar uma explicação para essa correlação entre a fibromialgia e a depressão, mas eu no meu papel de leiga e curiosa no assunto, prefiro acreditar que a explicação é simples, a depressão anda sim de mãos dadas com a fibromialgia, em consequência de tanto sofrimento, de tanta discriminação, de tantos NÃO que escutam, de tantas barreiras, da inexistência de um exame que ateste e comprove a doença, da ausência de um tratamento e medicações específicas, do não reconhecimento da doença e das impossibilidades e limitações que pacientes com fibromialgia precisam conviver e superar diariamente.
 Diante disto acredito que não é a fibromialgia que anda de mãos dadas com a depressão, mas sim, a depressão que faz questão de estar sempre por perto dos fibromiálgicos, como amigos de infância.

Um comentário:

Passos silenciosos disse...

Oi Dani....
Amei teu cantinho viu...e as informações de fibromialgia me fez ficar de orelha em pé, rs... beijos grande, já estou por aqui...